Uma das minhas filhas
gêmeas, a Bruna, adora ler revistinhas da Turma da Mônica. Fico até com raiva às
vezes, na hora da pressa. Mas ela se deixa absorver pelos quadrinhos e lê rápido,
rapidinho, e se diverte soltando um riso gostoso. Mas, esta semana, no carro a
caminho para a escola, a Bruna, com mais uma revistinha na mão, perguntou-me o
que era “rolha de poço”.
- Rolha de poça é um xingamento, filha. É quando alguém
quer dizer que o outro é gordinho. Mas não é uma coisa bonita de se dizer,
Bruna. A outra pessoa fica chateada, triste.
- Ah, mãe, o Cebolinha xinga a Mônica de rolha de poço e
de dentuça. Isso não é legal, né? E a Mônica erra também quando bate no
Cebolinha. Ele deveria conversar com a professora.
Não fosse essa conversa não teria percebido como o
bullying é comum no nosso dia a dia. Lembro que por causa do Matheus, meu filho mais
velho, quando estava no 7º ano, fui chamada na escola porque ele e a turma
estavam chamando um coleguinha acima do peso de “peixe gordo”. Era bullying e,
nós pais, tivemos de conversar e interferir para que a brincadeira parasse.
Acabou aí uma amizade de um menino que chegou a frequentar a nossa casa.
O bullying pode ter consequências sérias e os
especialistas em educação já sabem disso. No Portal do Professor, do Ministério
da Educação, achei uma sugestão de aula da professora Aline Rodrigues Cantalogo,
de Uberlândia (MG), para os anos iniciais do ensino fundamental. Segundo ela, é comum no cotidiano escolar que
crianças falem mal e agridam física e psicologicamente os amigos, inventando
apelidos. Para eles, é mais uma brincadeira.
“Por isso, é importante trabalhar com as crianças a diferença
entre o brincar e as práticas de bullying”, afirma.
Ela sugere que os professores utilizem em sala de aula um vídeo do aniversário da
Mônica: “Venha à minha festinha”.
Neste vídeo, da Turma da Mônica, as
atitudes dos personagens Cascão e o Cebolinha deixam a Mônica chateada ao utilizarem
apelidos como baixinha e gordinha . Crianças bem esclarecidas serão mais amigas
e evitarão as brincadeiras do bullying. Outra sugestão da professora é que as
crianças assistam a uma reportagem do programa Altas Horas, que apresenta o
relato de um menino vítima do bullying. Garanto que a turma não vai achar graça
alguma!
Bom, se você é professor e quiser acessar
a aula da Aline, segue o endereço:
Lembro que no meu tempo de estudante, ou quando ainda criança no pré, o bullyng já existia. Na verdade, acho que sempre existiu. Nossa civilização não sabe lidar com as diferenças e creio que nunca saberá. Claro que atualmente essa não aceitação pelo diferente se agravou, a agressividade não pede licença para acabar com o outro.
ResponderExcluirMuito bom texto, veja que nas revistinhas o 'negócio' já existia...
Beijão, amiga!
Uma coisa que é estranha em relação à Turma da Mônica é que nas campanhas Chega de Bullying e As Donas da Rua, ficou provado que os personagens e o Maurício de Sousa são adeptos (em segredo). Em outras palavras, o desenhista e sua filha são contra os atos de agressão verbal e física nas câmeras, mas a favor fora delas. O mesmo sobre a ideologia de gênero, tanto que a valentona de vestido vermelho e cabelo de banana representa as mulheres que querem seu lugar da forma errada ou cometendo crimes. Além disso, quando estudei jornalismo por 6 anos, eu vi outros fatores negativos, enquanto fazia minha monografia, resultado: A Turminha não apenas monopoliza o mercado de quadrinhos como também, apesar da fama, é adepta de certos atos que são má influência.
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