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"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer." (Graciliano Ramos - entrevista concedida em 1948).
O que eu penso antes de deixar o trem? Se ele não tivesse escrito isso, não teria lido, não teria pensado que escrever requer tempo, paciência, releitura, primor, sabão e amor. O resto é leitura em excelência, já lavada anteriormente.
Lindo,Rovênia as tuas palavras e as de Graciliano! Valeu! beijos,chica
ResponderExcluirQue postagem encantadora, escrita pra dizer quão linda é a escrita e que paciência, primor e sabão as palavras necessitam!
ResponderExcluirBeijo
Eu costumo pensar que cada vida é um livro, cada um com a sua devida parte escrita e outra parte em branco, a ser completada todos os dias! Algumas a gente arranca, outras a gente apaga e tenta reescrever por cima... é meio difícil! Acho que tem um pouco a ver com o que você diz... ;)
ResponderExcluirBeijão!
Muito lindo Rovênia! Graciliano é fantásticos!!
ResponderExcluirBeijinhos pra ti!
Ahh. E sobre as histórias com os alunos do terceiro ano seria mesmo fantástico. Já estive com turmas desta idade e foi um fantasia só! =))
Beijinhos!
Esse é o trem de Paranapiacaba?
ResponderExcluirKIsu!