Em Brasília,
mataram a facadas o mascote inflado da Copa 2014, que sorria a todos que
passavam pela Esplanada dos Ministérios. O boneco de sete metros nem teve a
chance de ficar exposto nos outros três pontos previstos: o balão do aeroporto,
o balão do Torto e na entrada de Taguatinga, a mais rica cidade do Distrito
Federal. Fazia a alegria de crianças que ouvi pedirem um de presente :
- Pode
ser menor e de pelúcia, mamãe!
No Rio de
Janeiro, um cachorro que passeia com o dono pela praia do Posto 9, o ponto mais
badalado de Ipanema, deu origem a cadeiras voando, correria, socos, pontapés,
palavrões e pessoas aterrorizadas. Imagina a repercussão internacional se já
estivéssemos em 2016? Isso sem falar no risco de prédio desabar, tampa de
bueiro voar, da ação dos traficantes ou
de qualquer outro imprevisto na cidade maravilhosa , que não consegue mesmo proteção
nos braços abertos do Cristo Redentor.
Assassinamos,
pois, tudo. Da alegria à ética. Quantas situações ilegais e imorais já nos
deparamos no nosso dia a dia? É o conhecido que vive de propina, vai à missa e
acha tudo normal. É a dona de casa na fila
de supermercado que lembra, à senhora atrás dela , ser aquele um caixa para
quem está com até dez produtos apenas. Surpresa, ela engole a
resposta desaforada:
- Você
nunca atravessou sinal vermelho? Nunca descumpriu uma regra qualquer?
A
esperança resiste porque temos exemplos como o da ministra Cármen Lúcia que ao
julgar o réu do mensalão Delúbio Soares,
ex-tesoureiro do PT, se indigna com a
naturalidade com que a defesa dele falou em ``caixa dois´´.
“Acho estranho e muito grave que alguém diga
com toda tranquilidade que houve caixa dois. Caixa dois é crime, é uma agressão
à sociedade brasileira. A ilegalidade não é normal. O ilícito há ser
processado, verificado e se, comprovado, punido porque estamos vivendo num
estado duramente conquistado. Isso me causou um profundo desconforto. Fica
parecendo que no Brasil o ilícito pode ser confessado e tudo bem. E não está
tudo bem.”
Depois
disso dá para deitar a cabeça no travesseiro e lembrar da infância, daquele dia
em que o pai chegou em casa com as compras do supermercado e meteu a mão no
bolso da camisa.:
- Puxa
vida, vou ter de voltar ao supermercado! Esqueci de pagar essas “gillettes”. E saiu
apressado, deixando para trás, na memória da menina, um exemplo inesquecível de honestidade.
Amei :)
ResponderExcluirRetribuindo a vista e de cara elogiando seu blog.
Seguirei vindo aqui, segue indo lá e sigamos trocando idéias, ideais, lembranças, poesias, tristezas e alegrias.
A propósito, sobre o post abaixo, o rei (meu parceiro de dia de aniversário, de amar a cor azul e de quem sou fã), os amigos que temos, os que não temos e o espanto que causo por não ter face, sinto-me completamente coerente com o que sinto, sei, sou, sem discursos, sem porquês, sem me achar desconectada do mundo e sim conectada a cada pedacinho dele, se tenho face ou não, adiciono estranhos ou vejo conhecidos de máscaras, ou vejo as pessoas do dia a dia, num veículo que pode ter bons usos, mas no geral é descaracterizado e ferramenta de maus usos, não importa de curti ou não curti, o importante é que que fora do face estou vivendo emoções, amigos ganhando e perdendo, lembrando dos aniversários, antenada nas tendencias, modas e noticias por canais diversos e sobrevivendo, muito bem, obrigada :)
A única e última demonstração de ética e honestidade eu vi partindo dos pobres que devolveram uma maleta com 50 mil! Outro devolveu 20 mil. Mas os pobres, né?! Fora isso, não lembro!!! Acho que devolver está brega, a moda é tirar, sonegar.
ResponderExcluirbeijo.