Imagem favim.com |
Uma é menina, iniciando a vida e com todo o tempo do
mundo. A outra vive à cata de mais tempo. Na aula de francês, leram um texto do
médico William Lowenstein – Ces dépendances qui nous gouvernent - que destaca o
vício pelo trabalho - “les workaholiques” . A palavra é um neologismo inventado
nos anos de 1990 pelo norte-americano Wayne Oates, que juntou os termos work +
alcoholic.
No meio das aulas, em meio a
todos os outros problemas psicológicos citados na lição, as duas revelaram os
seus. A mais nova, linda e com aparência de perfeita, contou do armário
hiperorganizado, com roupas separadas por cores. A aluna mais velha, bonita e
com aparência de resolvida, não resistiu:
- Mas isso não é um problema! É
uma qualidade!
A mais nova replicou:
- É um problema, sim, e não sou
cega diante dele. Ninguém pode mexer no meu armário. Eu sou capaz de perder um
tempão organizando-o e choro em pensar que alguém pode entrar e mexer. Minha mãe
já sabe e deixa meu quarto trancado.
Então, a outra aluna
revelou o seu problema:
- Ando tão apressada que não
enxergo sinais vermelhos, esqueço os vidros do carro abertos no estacionamento. É
que fico pensando em tudo que preciso fazer. Uma vez até esqueci onde tinha
estacionado o carro. As quadras residenciais em Brasília são tão parecidas, que
não sabia em qual deixei o carro. Sabia que era por ali, mas de salto alto, as
nuvens cinzas ameaçando despencar logo o temporal, atrasada para o próximo
compromisso, não tive dúvida. Liguei para um táxi. Expliquei que não estava bêbada,
nem drogada, mas que precisava da ajuda dele para achar o carro.
A turma toda riu, como se não
tivessem cada qual os seus. Até que outra aluna revelou outro problema: o vício pelo trabalho. Não consegue chegar
tarde e nem sair cedo. Leva trabalho para casa; no almoço, o assunto é o
trabalho. No Facebook, idem. Na visão de Lowenstein, os workalcoholics procuram admiração,
estima. “Mais ou menos, segundo os
testemunhos de amor recebidos durante a infância”.
Enfin...
essas dependências que nos governam!
Um bom fim de semana!
Rovênia, que gostosinho ler essa postagem. Me obrigou a pensar um pouco na vida. Trabalho com informática e estou trabalhando agora. A postagem me fez pensar: Será que devo continuar o trabalho ou fico direto nos blogs.
ResponderExcluirVamos ver...
Grande abraço
Manoel
Oi Rovênia
ResponderExcluirSempre desconfiei de traumas da infância ou coisa que o valha, visto que a minha não foi lá essas coisas e considero-me bem normal, salvo qualquer engano rs
As dependências vamos adquirindo desde o berço( quem os tem),e também vamos deixando pra trás a medida que o tempo nos empurra a realidade .
Estou gostando muito de vir prosear um pouquinho com voce,
_tenho boa leitura e boa música.
Obrigada pela partilha
abraços
Mundo contemporâneo, parece que evoluímos rumo a um estilo de vida que na verdade acaba nos trazendo retrocessos, o que fazer? Vai saber... Estamos todos no mesmo aquário.
ResponderExcluirAdorei a reflexão que me levaste com tua prosa, sempre perspicaz, Rovênia. Tens esse dom, de beliscar nossos pensamentos.
Um abraço e ótimo final de semana!
A vida é tão rara.
ResponderExcluirEia a um dos versos da música linda com que nos presenteastes Rovênia. Nossa, que mundo de pensamentos me vieram este post.
Às vezes damos tão pouco valor a vida, perdemos muito tempo. Acho que nossos defeitos podem ser revirados e, aos poucos, se tornando qualidades. rsrs.
Acho que é isso!
Adorei, mesmo!!!!!
Um beijo pra ti!
Penso que criamos dependências ao mesmo passo que nos livramos delas, tudo de acordo aos nossos valores, conveniências...
ResponderExcluirQto a Lenine, AMO, e essa música em especial é para mim uma oração.
Que não esperemos do mundo pois o mundo espera de nós um pouco mais de paciência, independência e coragem :)
This is really fascinating, You are a very professional blogger.
ResponderExcluirI've joined your feed and stay up for in search
of more of your magnificent post. Also, I have shared your site
in my social networks
Look into my web blog - Dr Dre Beats Pro