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Jabuticaba ou jamelão?


Os livros são um encanto, mas o que aprendemos neles podem nos trazer desencantos na vida real. Vou explicar, claro!
Imagens da Internet

Um professor universitário, que sempre foi leitor voraz, contou-me a história de quando era menino urbaníssimo. Havia tirado notas máximas nas provas sobre a política do "café com leite" no Brasil. Mas, uma dia, ao ser solto na natureza correu para colher jabuticabas que se fartavam nas árvores. Na hora do almoço, o anfitrião quis saber por que ele não queria comer.

- Não estou com fome porque estou com a barriga cheia de jabuticadas.

Educadamente, o anfitrião disse que não era época de jabuticaba e que, portanto, ele havia comido outra coisa.

- Como era essa fruta?

- Eram redondinhas e vermelhas! - explicou o menino estudioso.

O menino havia comido café. Ou seja, a priori o conhecimento da política econômica cafeeira não transpôs a teoria.

Achei graça dessa história, até porque lembrei que também já fui enganada pelas frutas. Passei a infância inteira, no interior de Minas, comendo jamelão achando ser pitanga. E pior, arrastei o equívoco até a juventude, aqui em Brasília, quando alguém me disse para não deixar o carro sob os pés de jamelão.

P.S.: A nossa língua complicada aceita jabuticaba e jaboticaba, mas o problema aqui é saber identificar a fruta na árvore: é jabuticada ou jamelão?



Bom fim de semana!



Texto Frankenstein


Pinterest

Picotar papel é uma distração que há muito não recorro. Tenho prazer em juntar os pedacinhos do inteiro e jogá-los pelos ares, uma chuva de palavras picotadas sobre a minha cabeça! Mas quem já passou pela experiência de escrever um texto, e deixá-lo nas mãos da edição, sabe muito bem que, no outro dia, pode se surpreender com a tortura íntima. É o poder dos editores, que mexem e alteram seu texto na pressa do tempo do fechamento e sem o respeito devido.

Não se iludam: apenas quem escreve tem zelo pelas palavras que seleciona para o papel. Quem lê, muitas vezes não entende, acha que foi fácil ou menospreza. Poucos reconhecem o valor real de cada palavra.

Já estive dos dois lados e confesso: chega muita coisa ruim, palavras paridas sem o menor carinho. Gente desleixada que nunca chegará a lugar nenhum no mundo da literatura porque será um eterno refém dos editores. E eles, vocês já sabem... Os deuses da edição não leem direito, não entendem direito o que está escrito e não substituem as palavras corretamente. Criam um verdadeiro texto Frankenstein.

Há exceções, mas não são a regra. Caiu-me a ficha de escrever sobre isso ao ler agora há pouco um poema de Engels, Os beduínos, publicado em 1838. O editor simplesmente substituiu a estrofe final - sem o consentimento do autor.

Era assim:

Retornem a casa, convidados exóticos!
Seus mantos do deserto não combinam
Com nossos paletós e coletes parisienses,
Nem suas canções com nossa literatura!

Ficou assim:

Eles pulam a serviço do dinheiro,
E não pelo chamado primordial da natureza.
Ficam com o olhar vago e em silêncio, todos
Menos um, que entoa um cântico fúnebre.


Engels não gostou. É claro!

Encruzilhadas




Imagem: Pinterest
Nunca vamos saber por que estamos neste mundo. A única certeza é que temos esta vida e, por tão somente, ela é preciosa. Mas quem, em algum momento, não se achou perdido, desviado de um caminho? Isso já aconteceu comigo, fortemente, uma vez. Sentei-me na calçada para chorar. Não sei de onde veio o pressentimento, mas intimamente sabia que algo estava muito errado. 

No outro dia, acordei certa de que era preciso jogar tudo para o alto. Deu certo, mas não foi fácil. Assim como não foram fáceis outras decisões que precisaria tomar nos anos seguintes. Os conflitos internos nos inquietam. É angustiante definir direções nas encruzilhadas da vida. Mas será preciso prosseguir e um caminho terá de ser escolhido.


Imaginam vocês que Karl Marx, ainda na adolescência, teve um colapso nervoso ao ver-se diante da encruzilhada intelectual. É que o teórico de O Capital era apaixonado por Shakespeare e tinha lá suas ambições literárias. Até o dia em que decretou o seu fim:

"Súbito, como que num passe de mágica - ah, esse passe, a princípio, foi um golpe dilacerante - avistei o distante reino da verdadeira poesia como um longínquo castelo de fadas, e todas as minhas criações desfizeram-se em nada."

* Enfim, a semana começa ...




Tô fraco!


Arquivo pessoal
Hoje acordei pensando nelas. Bastaria uma, que já seria um luxo a ciscar no meu quintal. Mas em respeito ao Scooby, que se se fez dono do pedaço verde ao redor da casa, o meu sonho ficará adiado. Adoro essas galinhas pintadinhas! Sei que muitos vão me criticar, mas adoro essa elegância aristocrática inata da espécie. Comparada às nossas caipiras... Bom, deixa pra lá.

Um dia desses, achei algumas dando a graça num jardim privado. Podem me achar louca desvairada, mas fiquei lá dando passos atrás das penadas até conseguir mais ou menos um foco para guardar. E escrevam aí o que escrevo aqui: não morro sem ter uma dessas cantando no meu jardim particular. Será um prazer ouvir os seus tô fraco, tô fraco! Na altivez da minha certeza de ridícula seria ainda capaz de dar um laço vermelho no pescoço da senhora D'Angola.

Se sou exagerada? Ah, se Voltaire que era Voltaire, dizia que "o supérfluo é coisa muito necessária", tenho aqui fundamentação para o meu capricho. Não sou eu, é a natureza que é um encanto só.

"Nós devemos desejar que haja um pouco de supérfluo, e por consequência um pouco de luxo por todo o mundo, mesmo para os pobres. A natureza, ela mesma nos dá exemplo de um luxo farto e às vezes extragante da forma como ela decora as pétalas de suas flores, as asas de suas borboletas, ou a couraça de seus mais microscópicos insetos." (Charles Gide - 1847-1932)


(*) Um fim de semana luxuoso e minhas reverências aos nossos irmãos de origem africana.


Cadê nós?


Floating lores/Rebecca Rebouché
Sabe por que mantenho esse blog? Porque adoro escrever. Mais do que isso: adoro escrever o que quero escrever. Esse era o meu maior castigo ao receber uma pauta que não me interessava. O que eu fazia? Inventei a arte-reportagem para driblar a chatice. Procurava fugir do lead acadêmico, da orientação de objetividade total. Como se isso fosse alguma vez possível. A objetividade não existe. Somos parciais, enxergamos o mundo subjetivamente.

Mas, se escritores faziam literatura no jornalismo por que não poderia dar o meu jeitinho mineiro? Quantas vezes saí para a rua orientada para uma matéria e voltei de lá com outra totalmente diferente? Deu certo e sobrevivi por uma década e meia assim: treinando o olhar desfocado do principal. Há tanto nas margens!

Ainda continuo refém das pautas. Vez ou outra preciso escrever sobre um assunto que não me interessa nem um pouco. Como o jornalismo agora é na tela do computador, e ninguém tem paciência para textos compridos, só preciso de poucas linhas para resolver a obrigação. Passa tão rápido como a dor de arrancar um dente de leite mole-mole. Não me digam que não lembram mais!

Enfim, esse nariz de cera todo aí de cima é para dizer que tantos dias chego aqui (no trabalho) questionando por que temos de trabalhar. Se não fosse escrava do trabalho, teria o ócio ao meu dispor. Tanto para ler, tanta vida lá fora... e eu aqui, emburrecendo-me! Não me diga que o trabalho dignifica o homem. Dignificaria se todos os dias a gente pudesse produzir o que quisesse. Aí, sim, seria a maravilha das maravilhas.

Mas nada que eu penso é original. Já foi pensado por Jean-Jacques Rousseau. Ele refletiu sobre esse absurdo que é a contradição humana. O homem, na sua juventude, abre mão do lazer e do ócio para desfrutar disso tudo na velhice. Ou seja, a vida toda é obrigado a tornar-se um outro homem sem poder ser ele mesmo. É um escravo que pensa ser senhor. "... tornam-se prestigiados, porém sem virtudes; racionais, mas sem sabedoria. Donos de tudo aquilo que lhes dá prazer, mas que os impede de serem felizes."

Enfim, precisamos recuperar nossa essência. Precisamos de pouco, muito pouco, para ser feliz. Afinal, para onde foram mesmo os hippies?

Lobos à solta!


Imagem internet

Como tão bem disse o pensador Hobbes no século XVII, nós, em Estado da Natureza, somos lobos de nós mesmos. Não nos suportamos, por isso, a necessidade de um "Estado" de regras sociais que garanta a nossa sobrevivência. Um dos maiores palcos das nossas guerras diárias é no supermercado. E se há direito institucionalizado do poder individual, o lobo se sobressai na voracidade.

Não vi a placa de preferência, meio escondida. Depois a moça do caixa explicaria que não estava colocada ainda, portanto não havia preferência.


- Este caixa não é preferencial?


Antes de ouvir uma resposta, ofereci meu lugar. Olhei, pela primeira vez, para trás e vi uma senhora, não uma idosa. Cabelos brancos, aparência forte, não usava bengala, mas há muito pareceu-me ter extinguido o sorriso. Tive pavor do rancor esticado na face ainda sem rugas.


- É que esta fila é para idosos, deficientes e grávidas! E há novinhas na fila...


Entendi que a ironia era para mim. Voltei-me, novamente, para trás:


- Senhora, não estou grávida, mas cedo o meu lugar.


Nesse momento, ela lançou-me toda a fúria de uma loba idosa:


- Eu sei disso. Já conferi!


Senti-me constrangida, agredida, mas mantive a calma:


- A senhora não deveria agir assim. Não estou grávida, mas até o terceiro mês a mulher não apresenta barriga. E ao falar isso, a senhora pode constranger uma grávida, que passa por uma fase sensível.


Ela não se apiedou. Eriçou os pelos, repetiu o ataque:


- Não constrange, nada. A grávida precisa provar então que está grávida.


Embrulhei minhas compras, duas maçãs e um pote de goma de mascar. Saí dali pensando em Hobbes, que dizia ter nascido gêmeo com o medo. O medo dos lobos.


Vazios



Imagem Pinterest

Não traga problemas,
não traga sonhos.
Deixe-os lá fora.
Ultimamente, eis-me
assim: vazia em mim.

(Rovênia Amorim - 09/11/2013)


Café da manhã

Ele pôs o café
Na xícara
Ele pôs o leite
Na xícara de café
Ele pôs o açúcar
No café com leite
Com pequena colher
Ele mexeu
Ele bebeu o café com leite
E ele pôs a xícara no pires
Sem me falar
Ele acendeu
Um cigarro
Ele fez círculos
Com a fumaça
Ele pôs as cinzas
No cinzeiro
Sem me falar
Sem me olhar
Ele se levantou
Seu chapéu sobre a cabeça
Ele pegou sua capa de chuva
Porque chovia
E ele partiu
Sob a chuva
Sem uma palavra
Sem me olhar
E eu, eu pus minha cabeça entre as mãos
E eu chorei
(Jacques Prévert/tradução minha)

(*) Boa semana! Não estou triste, mas na correria. Peço desculpas pelas visitas que devo! Vou aparecendo...

Adapte-se até o céu

Religião - Tarsila do Amaral

Crescer em sociedade é um adaptar-se. Primeiramente em relação à religião. Quando era menina, era cercada de regras absurdas. E, quando se é criança, tudo chega-nos com uma força imensa de verdade. Então imaginem o quanto chorei, pedi perdão a Deus por ter jurado em falso. Uma vezinha só, é verdade, mas as outras crianças diziam-me que era pecado mortal. Por um bom tempo conformei-me de que não havia mesmo jeito e já tinha meu lugar reservado no inferno.

Depois contaram-me que entrar no Paraíso era tão, mas tão difícil que era mais fácil achar uma agulha no palheiro. Como eu já estava enroladíssima com meu pecado mortal, achei que se achasse a tal agulha lá poderia ter o perdão divino. Um dia sumi bem cedinho dos cuidados dos meus avós, e fiquei até a noitinha revirando as palhas de milho seco no paiol atrás da tal agulha.


Aos 14 anos, por vergonha de contar meus inúmeros pecados, deixei todos os demais pecadores na igreja passarem à minha frente na fila para ajoelharem-se perante o padre, que escondia-se no confessionário. Não é que bem na minha vez, quando não havia mais alma viva atrás de mim, ele encerrou o expediente? Corri atrás, expliquei que no outro dia era minha crisma e a última chance de entrar no céu. Ele não teve complacência:


- Você deveria ter chegado mais cedo...


- Mas, mas...


E hoje? Adaptei-me à certeza de que chegarei ao céu se conseguir enfiar a linha na agulha. Parecia mais simples quando era menina. Agora, pergunto, por que um buraco quase invisível?




(*) Bom fim de semana prolongado!

Mais-valia da leitura



Esbarrei em Carlos Drummond de Andrade na condição de entrevistado. Separei uns trechinhos para vocês:



Girl reading in a salon/Giovanni Boldini, 1876
Além de ser considerado um dos maiores poetas brasileiros, o senhor também é cronista. O seu lado contista, no entanto, é menos conhecido. Com qual dessas atividades se identifica mais?

(...) me chamam de poeta, quando me considero basicamente um homem que escreve, um preenchedor de papel. E acho bobagem essa história de dizer que sou o maior poeta brasileiro. Alguém já mediu? Para afirmar isso teriam que colocar em fila gente como Manuel Bandeira, Olavo Bilac, Raimundo Correa, Mário de Andrade e muitos outros. Depois, com uma fita métrica, sairiam medindo um por um. O mais alto ganharia o título.


Que conselhos daria a um jovem que quisesse ser escritor?

Cinco. Só escreva quando não puder deixar de fazê-lo, e sempre se pode. Se ficar indeciso entre dois adjetivos, jogue fora ambos e use o substantivo. Leia muito e esqueça o mais que puder. Não responda a ataques de quem não tem categoria literária - seria o mesmo que pregar rabo em inambu. E evite disputar prêmios literários. O pior que pode acontecer é você ganhá-los, conferidos por premiadores que o seu senso crítico não premiaria.


Um conto de Drummond:



Ou isto ou aquilo

O dono da usina, entrevistado, explicou ao repórter que a situação é grave. Há excedente de leite no país, e o consumo não dá para absorver a produção intensiva:

- Uma calamidade. Imagine o senhor que o jornal aqui do município reclama contra a poluição do rio, que está coberto por uma camada alvacenta. Não é nenhum corpo estranho não, é leite. Estão jogando leite no rio porque não têm mais onde jogar. Os bueiros estão entupidos. A população, como o senhor deve saber, é insuficiente para beber toda essa leitalhada ou comê-la em forma de queijo, requeijão, manteiga e coisinhas.

- Insuficiente? Parece que a produção de crianças ainda é maior que a produção de leite.

- Numericamente sim, mas não têm capacidade econômica para beber leite. Têm apenas boca, entende? Então nada feito. Se falta dinheiro aos pais dos garotos para adquirir o produto, ainda bem que se joga o leite fora, em vez de jogar os garotos.

Presentes da leitura


Nada é de todo ruim,
Nada pode ser de todo ruim.
Mesmo no escrito ruim,
colhem-se galhos inspirados.
Mas ler um texto de todo bom,
faz sorrir, faz chorar e
faz pensar, pesar, um pesar
ao virar a última página
como quem ainda não espera
ter chegado mesmo ao fim!

Rovênia Amorim - 10/11/2013


"Mas, enfim, vem o tempo que nós sabemos ler, o terceiro principal evento da nossa vida. O primeiro é aprender a ver; o segundo aprender a andar; o terceiro é este aqui, a leitura. E aqui nós estamos em posse do tesouro do espírito universal. Tão logo nós somos cativos da leitura, encantados pela facilidade que ela nos oferece de conhecer, de desposar sem esforços uma quantidade enorme de destinos extraordinários, de aproveitar as sensações pulsantes para o espírito, de correr aventuras prodigiosas e sem consequências, de agir sem agir, de formar pensamentos mais belos e mais profundos que os nossos e que não custam quase nada; e, enfim, de somar uma infinidade de emoções, de experiências fictícias, de observações que não são nossas às que nós temos e às que nós podemos ter..."
Paul Valéry (1871-1945)

Quem é essa?

Ilustração: Virginia Caldas

Ainda sem cor, mas quase pronta para nascer. Qual será o nome dessa doce menininha? Que histórias ela terá para contar?


Não me olhes assim
Assim, desse jeito
de quem não entende!
Se abro meu sorriso
Ficarás de que jeito?

* Ótimo fim de semana com a graça da calma, com a pressa da alma!


Primeiro amor


Imagem/Pinterest


Num dia inesperado, sente-se o coração bater, as mãos ficam suadas e dá uma vergonha danada. É o amor que brota.

- Você já gostou de um menino?

Ao ouvir isso de uma criança, ela recuou no tempo, à idade de oito anos. Voltava da escola, ria com a amiga fiel ao lado. Sempre que passava em frente à loja de chapéus de feltro, fuçava lá dentro com o olhar. Buscava o menino loiro, que sempre frequentava as missas das crianças no domingo. Ele era tão inteligente, sabia todas as respostas das perguntas do padre.

Nesse dia inesperado, enquanto espiava o fundo da loja, levou o susto, daqueles que fazem o corpo paralisar. Como poderia imaginar que ele estaria ali, em pé, na entrada da loja? Olhava-a como olharia qualquer uma e todos os que passariam diante dele, não tivesse ela ficado como estátua de menina boba ali.

Após aqueles instantes imprecisos que valem uma eternidade, sentiu o puxão na saia do uniforme. Era a amiga:

- Vamos embora, vamos embora. Anda, mexa-se!

Saíram as duas da frente da loja de chapéus, da frente do menino. A amiga ria. Na volta à realidade, ela tentava entender o que tinha acontecido. O coração ainda batia forte demais. Então sentiu, novamente, o puxão na saia:

- Você pode responder a minha pergunta? Você já gostou de um menino?

Esconderijos


Bobagem achar outra coisa. É certo que a alegria vem do Sol. O frio esconde as pessoas. Já pisou numa cidade que te faz enfiar as mãos nos bolsos? Não há riso nas ruas, só o vento procurando frestas para se esconder. As pessoas ficam em seus esconderijos, abraçadas à vontade de nada fazer. Na última cidadezinha gelada que visitei, a hora do almoço parecia aquela hora da madrugada em que todos unem-se nos sonhos. Saí de lá rapidamente e só parei na estrada para roubar uma laranja do pé. Essa, sim, tinha guardado a alegria na cor e no sumo.



Fuga na linha


Nasci sem ser plantada.
Ainda sou semeada em mim.


Imagem: Pinterest


Se escrevo, e se escrevo,
é tão para me esconder.
Não há nisso vaidade.
Se agrado é puramente
pela fuga na linha!
Um broto que insiste,
letras frágeis que alinhavo.

02/11/2013
(Rovênia Amorim)

Verso e reverso

A infância é um encanto com seus versos e reversos.
Imagem da internet

Nas questões extras de história para a prova, uma era sobre a origem 

da expressão tão brasileira 'santo do pau oco'. Uma das pequenas respondeu assim:


- Surgiu na época das minas de ouro em Minas Gerais. O santo servia para guardar as riquezas no verso.


* Ótimo final de semana, com a riqueza da certeza guardada nos versos.