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Por dias mais bonitos

Imagem: internet
Entre tantos absurdos no Brasil de hoje, parei  para a senhora que fazia sinal com a mão. Ao observá-la durante os instantes da travessia pela faixa de pedestre, reparei nos vincos do seu rosto, na  roupa simples, no andar sob o peso da idade ... 

Ao virar o rosto e sorrir como forma de agradecer, ela interrompeu o meu pensamento e me fez sentir orgulho de ser brasileira. Há pessoas que diante da dureza da lida diária, dos direitos que lhe foram subtraídos e negados, perderam os sonhos, mas não deixaram que os  princípios e os valores fossem corrompidos. O Brasil é um país vasto e rico em exemplos. 

Não há de se ter partido ou religião para mudar os absurdos a que assistimos. Há de se ter coração, consciência e atitude. A ideologia não será utópica se partir de cada um. Há de se viver lutando por dias mais bonitos. 
E, no fim de cada dia, deixar deitar sobre a cama o corpo exausto e liberar a alma leve.  





Aprendizado

O quarto em Auppegard, França 
Ethel Sands (Inglaterra, 1872-1962)
Irresponsável, ingênuo,
desnudar-se, assim.
Entregar o  pensamento escrito
a quem avançou mais. 

À medida que  se percebe isso
cai, em si, o constrangimento.

Ao ler a coragem
o outro aceita, enriquece,
conserta e ordena as palavras.
Devolve a generosidade escrita.