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Mundo fantástico de Méliès



 Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne. Todo mundo, no mínimo, ouviu falar dessa obra de aventura e ficção científica escrita em 1864. Mas e de Georges Méliès? Juro que sei pouco, quase nada, da história do cinema. Pois nesse feriado de carnaval, levei minhas filhas para assistir ao primeiro filme de Martin Scorsese para o público infantil: A Invenção de Hugo Cabret. Saí de lá, encantada e feliz, doida para descobrir mais sobre Georges Méliès.
Feliz e encantada por ter trocado bailinhos sem graça de carnaval por um cinema que resgata informação, história e verdade. “Antigamente, a pessoa precisava rodar uma manivela para fazer cinema!” Não sei mais qual das minhas duas filhas disse isso, fazendo o movimento com as mãos, mas só por isso já valeu a pena. Georges Méliès é um mau-humorado dono de loja de brinquedos antigos e Hugo, um órfão que vive escondido numa estação de trem de Paris (com vista para a Torre Eiffel ) e que aprende com um tio bêbado a dar corda nos vários relógios.
Um robô (autômato) que precisa ser consertado é a única herança do pai a Cabret, que cresceu ouvindo o pai lendo para ele as histórias de Júlio Verne.  O enigmático autômato estragado é o caminho que leva ao encontro do menino com o passado glorioso do velho Méliès.
Georges Méliès existiu de fato. Nasceu em 1861 e morreu em 1938. Foi um ilusionista francês de sucesso e um dos precursores do cinema. Considerado “o pai dos efeitos especiais”, fez mais de 500 filmes e construiu o primeiro estúdio cinematográfico da Europa. Também foi o primeiro cineasta a usar desenhos de produção e storyboards para projetar suas cenas. Era proprietário do Théatre Robert-Houdin em Paris, que havia pertencido ao famoso ilusionista francês Jean-Eugène Robert-Houdin. Um de seus filmes mais conhecidos foi Le voyage dans la lune (Viagem à lua) de 1902, em que usou técnicas de dupla exposição do filme para obter efeitos especiais inovadores para a época. Chaplin o chamou de “o alquimista da luz”.


 

Enfim, todo esse último parágrafo foi escrito graças ao Google. Eu mesma não sabia nada disso antes de ir ao cinema. O desenho sobre esse filme Le Voyage dans La lune aparece três ou mais vezes no filme. Influência de Verne, não? O filme mostra, o que de fato aconteceu, Méliès presente na platéia que assistiu, em 28 de dezembro de 1895, os Irmãos Lumière fazendo a primeira projeção de um filme na história.
Descobri também que o filme é um livro infanto-juvenil, de Brian Selznick, de 2007.  Não li ainda, mas está na minha lista de leitura futura. Dizem que é fantástico porque o autor coloca as ilustrações no livro funcionando com texto, ajudando a contar a história. Ou seja, não são meramente ilustrativas.
E mais:  Le Voyage dans la lune, filme francês de 1902 de George Méliès, foi baseado em dois romances populares de seu tempo: Da Terra à Lua, de Julio Verne, e os Primeiros Homens na Lua, de H. G. Wells. Foi, provavelmente, o primeiro filme de ficção científica e o primeiro a tratar de seres alienígenas, e usou recursos inovadores de animação e efeitos especiais, incluindo a famosa cena da nave pousando no olho da "Homem da lua"


Ah, outra coisa... E os autômatos? Eles existiram?  
Veja a gravura e o que achei no Santo Google!



O autômato de Maillardet estava entre as doações feitas pela família Brock para o Franklin Institute, em novembro de 1928. A peça estava bastante danificada e com sinais de que havia passado por um incêndio. Apesar dos danos a família sabia que o artefato antes conseguia desenhar imagens e escrever frases, mas desconhecia o real autor do invento.
Feitos os reparos, o autômato foi posto para funcionar, e, após fazer alguns desenhos e escrever poemas, a máquina finalizou uma de suas sobras escrevendo: “Ecrit par L’Automate de Maillardet.” [Escrito pelo autômato de Maillardet] . Esta seria então a primeira vez em que uma máquina guardava o segredo de sua identidade na própria memória! O autômato pertence ao museu do Instituto Franklin, na Filadélfia, Pensilvânia (EUA).
Henri Maillardet foi um mecânico suíço do século 18, que trabalhava em Londres produzindo relógios e outros mecanismos. Maillardet trabalhou por um tempo nas lojas de Pierre Jaquet-Droz, que estava no negócio de produção de autômatos que poderiam escrever e desenhar. Acredita-se que o autômato da família Brock foi construído em torno de 1800. Henri fez apenas um outro autômato que poderia escrever (em chinês), e foi feito para o Imperador da China, como um presente do Rei George III da Inglaterra. 

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