E o livro vai para...

Margoh! Embora não tenha acertado o que li, valeram o esforço e a dica de leitura da Clarice Lispector. Mas, não sei por que inventei esse desafio que me fez sentir pisando em ovos. Diverti-me com as respostas de muitos de vocês, todas com as suas lógicas e, nisso, só há acerto.

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Quanto ao que li ao vento ... foi um texto de Karl Popper sobre a eterna busca do homem pelo conhecimento. Acreditem, precisei levar uma pasta com leituras obrigatórias para o semestre que começa em março. Infelizmente, vou estar bem enrolada e afastada um pouco daqui. 

Vamos à questão filosófica do ovo e da galinha. Segundo Popper, o problema que vem em primeiro lugar se a hipótese (H) ou a observação (O) é o mesmo com relação se a galinha (G) ou o ovo (O). A resposta adequada à primeira pergunta é "uma hipótese anterior"; a resposta apropriada à segunda é "um ovo anterior". 

É uma questão um tanto complicada para que reflitamos sobre o quão difícil é chegar à verdade. Segundo Popper, toda observação envolve o reconhecimento do que é semelhante e do que não o é. O homem refuta o que não pode observar, provar. 

Isso quer dizer que qualquer hipótese (ovo) que adotemos será sempre precedida de observações. Vamos acreditar que do ovo nascerá a galinha porque sempre foi a regularidade observada por nós. Mas quem garante que sempre foi assim ou sempre será assim? 

Copio aqui a citação escolhida pela Margoh, da Clarice Lispector: " O ovo por enquanto será sempre revolucionário". Estamos sempre buscando a verdade, embora nunca possamos ter a certeza de tê-la encontrada. Sempre haverá o ovo anterior. Fico imaginando a fonte de inspiração da Clarice...

Entre tantos exemplos desse ovo revolucionário, Popper diz que podemos ficar com o clássico do tempo de Aristóteles e de Pítias de Massália - o grande viajante que ganhou reputação de mentiroso devido à sua descrição de Tule, com o mar gelado e o "sol da meia-noite". 

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