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Iluminismo virtual




É engraçado como há professores que ainda defendem o giz. Um dia desses ouvi de uma professora de matemática que a melhor ferramenta para dar aula ainda é o antigo “branquinho”. Como assim? Já temos o pincel atômico! Meu argumento de nada adiantou porque a professora de seus 60 anos disse que para desenhar nada supera o giz.
Enquanto isso, as escolas procuram se modernizar. As lousas digitais já estão em salas de aulas dos melhores colégios privados e o Ministério da Educação anuncia a compra de 600 mil tablets para professores do ensino médio de escolas públicas. Depois dele, os professores do ensino fundamental também receberão seus tablets.
E agora? De que vale o giz? Ele precisa ser complemento e é preciso fazer uso de recursos mais modernos para desenhar. As aulas precisam ser modernizadas. E não sou eu quem quer. São os alunos atuais, geração digital, que nunca conheceram nem máquina de escrever, mas sabem navegar na internet e se concentram diante de jogos educativos, histórias virtuais e de tudo mais que emana do “iluminismo virtual”.
Os professores que são ainda da época da tecnologia analógica precisam se antenar, voltar para as salas de aulas e aprender a ensinar com o computador. Quem não fizer isso está ultrapassado e dará uma aula convencional, chata, que os alunos não querem mais.
O professor norte-americano Salman Khan virou um fenômeno na web com suas aulas virtuais. Ele tem 4 milhões de alunos. Entre eles, os três filhos de Bill Gates. Suas aulas podem ser acessadas de graça, em inglês e agora em tradução para o português. O que o torna tão interessante? Primeiramente, o talento nato de ensinar contando histórias, de tornar o aprendizado de matemática, física, química, biologia e história fascinante com o uso de recursos multimídias. Ele não usa giz, mas usa sobre o quadro negro virtual uma caneta digital.
O que ele diz sobre a revolução que está criando? Em entrevista à Revista Veja, do início do mês: “Sonho alto. Meu objetivo é oferecer conhecimento de nível elevado sobre absolutamente tudo, e de graça!”
Como assim? Ele é um gênio que sabe tudo de tudo? Não. Ele é estudioso. Formado em matemática, ciências da computação e engenharia elétrica pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que fica em Boston, Estados Unidos, Khan diz que consegue dar aulas sobre outros assuntos porque lê e conversa com especialistas. “Só me aventuro a gravar os vídeos quando entendo o assunto a ponto de traduzi-lo para uma criança de 7 anos”, afirma.
O Ministério da Educação já validou a qualidade das suas aulas, que recebem elogio do novo ministro Aloizio Mercadante. No Portal do Professor, que contém 16 mil conteúdos digitais que podem ser aproveitados pelos professores em suas aulas, já há links para as aulas de Khan.

Clique aqui pra acessar as aulas de Khan em inglês ou aqui para os vídeos já traduzidos.






Um comentário:

  1. Olá, Rovenia. Sugiro que você leia este artigo aqui:
    http://lerpraser.blogspot.com/2012/02/o-analfabetismo-funcional-e-literatura.html
    O grande nó da educação está aqui - na leitura. Tecnologia, ou não, é mero detalhe.

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