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O voo do Pequeno Príncipe

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Ele veio de paletó azul brilhante e aqueles cabelos loiros lembraram-me de que o Pequeno Príncipe havia envelhecido. Cantou suas histórias, seu romantismo atrás de um óculos de armação azul. A cada história contada, deixava o piano, sorria, erguia o braço direito e curvava-se diante do público que teve de se virar para descobrir o local da nova casa de espetáculo em Brasília, inaugurada antes mesmo de estar cem por cento pronta. Mas, no fim, deu tudo certo. 

Elton John surgiu, como por encanto, no horário britânico e presenteou a plateia com um profissionalismo admirável. Cantou por duas horas e meia, sem intervalo, poucos goles de água para acalmar a garganta. Não reclamou do calor, não tirou o paletó do Pequeno Príncipe. 

Há dois anos, apesar da minha frescura por multidão, gente pisando no meu pé, aventurei-me no Rock in Rio. Queria apenas assistir ao show do Elton John. Difícil chegar à Cidade do Rock, Rio de Janeiro engarrafado. Para piorar, ele seria o último a se apresentar. Teria antes de aguentar Cláudia Leite e Katy Perry. Meu marido não resistiu. A cabeça explodia. 

Assisti ao show na tevê do hotel sem reclamar, mas arrasada. Ouvir um "Você não vai morrer sem assistir a um show dele.Te levo em Londres, se for preciso". Na última sexta-feira, veio a recompensa. Sem dor de cabeça, sem ninguém pisar no meu pé. 

Com essa história toda, lembrei de um amigo, fã do Bono Vox do U2. Assim que soube que a banda viria a Brasília, entrou para um cursinho de inglês, ensaiou as perguntas e convenceu o editor de que poderia entrevistá-lo. Conseguiu. Levou debaixo do braço um velho disco de vinil. Saiu de lá extasiado com a assinatura do ídolo. 

Outro amigo rastreou os raros shows de Leonard Cohen pela Europa e arrastou a mulher. Voltou de lá com alegria tão contagiante, disposto a repetir a dose no próximo ano. E repetiu seu sonho. E vocês também têm uma história de show para contar?




4 comentários:

  1. Elton é um ícone. Gosto de muitas músicas dele, mas há uma em especial que sempre que torno a ouvir é como se fosse a primeira vez, "Your Song", onde ele confessa não ser capaz de muitas coisas, mas de coração oferece ao seu amor uma canção. Que forma bonita de presentear a um amor.

    Ótima semana para você, Rovênia!

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  2. Ah como gostaria também de ouvir Elton John de pertinho_ainda não ousei me meter no 'rock in rio'e não tive sorte de estar num lugar onde sua voz pudesse realmente ser ouvida.
    Um presente melhor que qualquer bombom 'serenata'(claro que li o artigo anterior), e nada a ver datas sem o compromisso do respeito a essas frágeis guerreiras mães esposas amantes empregadas e sobretudo 'rainhas' ... que nao seja do lar, rs
    boa semana Ro
    um abraço

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  3. E que recompensa! Com direito ao casaco azul do principezinho!
    Eu ainda não consegui me aventurar em shows com grande multidões.
    Quero muito ir a um da Marisa Monte. E quem diz que se acha ingresso por aqui?!
    Beijo

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  4. Adorei suas histórias :)

    Isso de ter que aturar uma banda por outra é duro, aqui em Salvador há muito isso de misturar tudo, bom do ponto de vista do espaço aberto e livre para gostos, opiniões, caras, ideologias, um culto a paz e a troca, mas por outro lado uma forçação nem sempre bem vinda. Para mim evento de Rock só devia ter rock, sertanejo só sertanejo e por ai lá.
    Eventos mistos vai quem quer.

    Qto as pisadas de pé prefiro as azarações sem noção e cansativas, o consumo exagerado de bebidas e outras drogas mais.

    Em minha vida são pontuais, raras até posso dizer a ida a shows, por td isso.
    O mais marcante desse tipo multidão, que deve ter me traumatizado(por vários aspectos...risos) foi ter ido com minha mãe e irmãs, de ônibus e lutar em meio a uma multidão, para ver os Menudos. Oh Lord!

    Acho a energia de shows musicais maravilhosa, curto muitos cantores e bandas e meu lado luxo pede a voz nesse tema, pede um camarote ou ida a Londres ou a um show intimista em sei lá onde, para realizar mais serenamente os mtos desejos.

    Perdi não ter ido a um show do Michael, achava ele como cantor e dançarino o máximo, perdi tb de ver o Legião, Cazuza.

    Ir a um dos Rolins Stones deve ser inadjetivável.

    Já fui duas vezes e viajei nas canções e na simpatia de Vanessa da Mata, fui ano passado ver e ouvir Lenine, ainda tenho na listinha Marisa, Nando Reis, Skank, Kid abelha...

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