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Bastam-se!

Bem agora há pouco...

- O que você está olhando?
- O nada.
- Mas o nada não existe. Tudo tem sempre alguma coisa...

(Uma das minhas queridas almas gêmeas, Clara, 9 anos, admirada com o meu nada...)



Imagem do Google

"Os campos estão cheios de flores silvestres. De início a gente só vê as mais altas, todas sem nome, amarelas e roxas, sementes felpudas, vagens vermelhas, e outras brancas. Depois percebe-se que todo o chão está atapetado de flores, flores menores, outras menores ainda, outras do tamanho de musgos. Colho dezenas de flores silvestres, umas pequenas, amarelas e laranja, que dão num arbusto pequeno e bonito, brilhantes como orquídeas; outras altas, isoladas, lindas, amarelas e brancas, cada uma em seu caule verde; e sinos pendentes, carmim. Antes que se tenha tempo de chegar em casa, esses sinos fecham-se de todo, para nunca mais se abrirem."

Elizabeth Bishop (Ida ao botequim/1970) 

11 comentários:

  1. Lindo!! E no NADA pode ter TANTO!!! beijos,chica

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  2. Períodos de solidão trazem contato com nossa totalidade...o véu entre nosso mundo e os céus, entre a consciência e a inconsciência, entre a percepção e a ilusão. Antes de iniciar qualquer tarefa, não importa quão insignificante seja, é bom buscar sua visão da perfeição e quando se sentir presa a uma visão de que não gosta, peça aos anjos que a ajude a ver através dos olhos de Deus...creio que foi isso que a Elizabeth fez, não é?

    Lindo, como todos os dias aqui.


    \abraço/

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  3. O "nada" e o "tudo" são adimensionais de sinais contrários que tendem para o infinito...

    Beijinho meu e dia feliz!!!

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  4. só existe alguma coisa porque há o nada em volta. o limiar de uma coisa é a divisória entre o ser e o não-ser e só ali ela existe para o mundo, o que está dentro dela nunca é visível. Tome o exemplo da luz, se tudo fosse luz e não houvesse a escuridão de intermeio, não se poderia sabê-la luz. Tome agora a música e retire os silêncios que nela há, e restará um som contínuo em nada distinguível de qualquer som ou silêncio.

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  5. Lindo o olhar e a sensibilidade de Elizabeth Bishop e a sua que a trouxe para cá.
    Diz a Clara que eu acho que no tudo é que sempre tem nada...rsrs
    Beijos poéticos e filosóficos para vcs 3

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  6. Fazer nada, pensar em nada, chorar por nada... é o momento de descanso dos neurônios.

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  7. Embora demore muito (demoro sempre) para fazer o que mais gosto, sempre venho ao seu blog para ler, admirar, gostar...
    É muito bom ler o que você escreve!
    Grande abraço.

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  8. Até olhar o nada pode ser tudo, conforme nosso estado de espírito né?
    Sabe, Rovênia, sempre que venho aqui e leio como você escreve eu imagino uma menina cheia de coisas pra dizer de um jeito ímpar. Mas uma menina mesmo, que coloca beleza nas coisas que fala! Aí, você fala das suas filhas e do seu marido e eu já imagino uma senhora de família, que dá broncas, e mantém tudo em ordem.
    Não sei a sua idade, e acho que nem quero saber. Você tem tantas "idades", e acho tão bonito assim.

    Um beijo!

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  9. Que belezinha a Clara, pelo jeito ela é muito observadora, isso é ótimo.

    E, quanto pode existir dentro do 'nada'? Não há como definir ou dizer.

    Amei o pequeno texto de Elizabeth Bishop, eu não o conhecia, mas achei lindo.

    Um beijo Rovênia,
    Uma linda sexta-feira.
    Jhosy

    http://meninamsicaeflor.blogspot.com.br/

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  10. E quanto mais afinamos o olhar, mais podemos ver o que há de sagrado na natureza! Amei a poesia! Abração

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