Páginas

Translate

Chover no molhado


Imagem do Google
É possível chover no molhado, mas costurar um rendado no clichê. Elogiável a mistura que Guillermo del Toro fez em O Labirinto do Fauno. Ele conseguiu unir história, magia e fantasia num enredo gostoso, embalado por uma bela trilha sonora. 

As informações embutidas no filme nos obrigam a ler mais sobre a guerra civil espanhola (1936-1939)e revirar a mitologia atrás de saber sobre fauno e mandrágora - essa raiz de planta, aliás, aparece também na saga Harry Potter. E, assim, o diretor constrói um roteiro que mistura o pagão e o cristão:

"Dizem que num mundo subterrâneo onde não há dor nem mentira, vivia uma princesa que sonhava com o mundo dos humanos, com o céu azul, a brisa suave e o sol brilhante..."  

Mas, no mundo dos homens, a menina Ofélia conheceu as maravilhas do país de Alice nos livros e a crueldade da guerra nas palavras do seu padastro, o capitão fascista: 

"Essa gente parte de uma ideia equivocada: de que somos todos iguais. Mas há uma grande diferença. A guerra acabou e nós ganhamos. E se para ficarmos em paz temos de matar esses bastardos (camponeses), nós os mataremos!"

Ao voltar para o submundo, a menina ganha a vida eterna, senta-se ao lado do verdadeiro pai. O fauno, com aparência diabólica, está lá. E, no fundo, a cruz aparece nítida num vitral como nas igrejas católicas. Deus e o diabo na terra sem sol. O submundo guarda o paraíso. A inversão reina e sobram as nossas crendices reais e a passagem do divino neste nosso mundo de luz.    





9 comentários:

  1. Parece realemnte bom e tuas palavras mostram isso! beijos,lindo dia!chica

    ResponderExcluir
  2. Fiquei curiosa e vou assistir ao filme. Um lindo dia para você.

    ResponderExcluir
  3. Está há séculos na minha lista e ainda não vi.

    Talvez seja uma boa hora. Acabo de ler "A Sombra do Vento", do Zafón, que também "pincela" a guerra civil espanhola (mas está muito além do tema). Delícia de livro. Qualquer adjetivo será pouco pra ele.

    Acho que vou aproveitar o embalo...

    bjos

    ResponderExcluir
  4. Rovênia, eu estava com saudade do seu blog! Lá, aonde eu estava de férias, dediquei-me a ficar longe do computador e de quase tudo que não fosse cuidar das plantas, observar, pensar...Há coisas demais para aprender com a tecnologia que tem me atropelado com muita frequencia. Enquanto isso li o livro que você mencionou, Max e os felinos, de Moacyr Scliar (gostei muito e te agradeço a dica).
    O filme "O Labirinto do Fauno" é belo e assustador ao mesmo tempo. A crueldade, como é mostrada, assusta demais, mas há uma beleza que faz a gente ir até o final.
    Abraço.

    ResponderExcluir
  5. Bela resenha, minha amiga.


    vou ver no findi.


    beijo

    ResponderExcluir
  6. Olá,
    fez uma bela chamada de atenção para o filme.

    ag

    ResponderExcluir
  7. Muito interessante agora tenho que assistir ao filme rsss
    Beijos minha linda!!

    Joelma

    ResponderExcluir
  8. Gente, me deu uma enorme saudades desse filme agora! \O/

    ResponderExcluir

Faça o seu comentário!