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Foto: Letícia Verdi |
Daqui a pouco o segredo acaba e mostro o rostinho do filhote. Enquanto isso deixo por aqui algumas pinceladas. A entrevista abaixo foi feita a pedido da editora para divulgação. Nada mais justo que deixasse vocês lerem primeiro. Assim, descobrem um pouco mais sobre as linhas que virão.
Quando surgiu a ideia de
tornar-se escritora?
Todos
nós podemos ser escritores. Somos donos de histórias, mas ter um livro
publicado não é sinônimo de ser escritor. A minha preocupação é escrever mais e
cada vez melhor. Pode ser que algum dia queira ser escritora ou me vejam como
uma. Por enquanto, sou aprendiz do que leio, do que vejo, do que sinto.
A história que você conta no
livro foi a sua primeira ideia de enredo?
Quando a
gente se torna mãe, as histórias infantis pedem para nascer. Sou mãe de gêmeas
e, cada noite, dominada pelo cansaço, em vez de ler achei mais fácil inventar aventuras.
O Caderno da Menininha traz um pouco da minha infância para satisfazer a
curiosidade das minhas menininhas. Que criança não tem curiosidade em descobrir
como era a mãe na idade de menina?
Qual foi a pior parte no processo
de edição/criação do seu livro?
Não teve
a pior parte. Cada dia era uma surpresa. Costumo dizer que nunca sei o final
das próprias histórias que invento. E é verdade! Elas têm vida própria. São as palavras que me
ditam o enredo. Talvez a pior parte seja receber as críticas que virão. Terei de ser sábia para saber ouvir as opiniões
desfavoráveis. São as melhores.
E qual a melhor?
A melhor
parte foi descobrir o rostinho da Menininha, a cor do seu cabelo, se seria liso
ou encaracolado, as roupinhas divertidas. Invenções da ilustradora Virgínia
Caldas, que soube traçar humor e graça. Foi uma parceira e tanto. Outro
presente veio do escritor gaúcho Sergio Napp, que faz a apresentação da
contracapa. Aos dois, curvo-me em reverência.
Algum personagem é inspirado em
alguém que você conheça?
Humm...
acho que já respondi! Estou e não estou no livro. Uma parte sou eu, uma parte é
invenção. E nisso está a graça, porque nem eu mesma sei o que foi verdade e o
que foi invenção da cabeça da Menininha.
Quando surgiu o seu gosto por
leitura?
Os
primeiros adjetivos que utilizei nas “composições” de escola eram ornamentos
que a minha mãe me presenteava. Ela tinha um prazer imenso em se espichar no
sofá da sala e passar horas lá lendo.
Foi minha musa inspiradora. Depois aprendi a gostar de passear pelas
prateleiras de livros das bibliotecas. Tinha um cheiro bom, um cheiro de
conhecimento doidinho para ser descoberto. Era só abrir as páginas...
Quais são os seus autores
preferidos?
Uma
pergunta difícil, não é? Gosto de tantos, mas prefiro aqueles que não conheço e
que me darão a sensação, na última página do livro, de ter me tornado um tanto
órfã.
O que você mais gosta de fazer
nos momentos de lazer?
Ler, ler
e ler.
Um sonho:
Que a
leitura não seja privilégio no Brasil. Infelizmente ainda é.
Uma palavra:
Educação.
O que mais gosto é?
De ler e
escrever. E vice-versa.
O que mais odeio é?
Aquele
tempo de espera forçado, com senha na mão, e não estar com um livro de papel ou
digital na bolsa. É o tempo
desperdiçado.
Deixe uma mensagem para os
leitores.
Quem lê
vai aprender a escrever e a gostar de ler e de escrever. É uma ordem
cíclica. A Menininha, por exemplo,
carregava um caderninho na mochila e anotava ali a poesia da sua infância. Que
inspire outras menininhas a voarem...