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Retalhos da infância


Arquivo pessoal
Nunca entendi a mania da minha mãe de não querer jogar coisas fora. Assim que comecei a ler gostava de folhear os livros do tempo em que ela tinha aquela minha idade e reparar as palavras envelhecidas que traziam acento. 

Visitar a casa dos meus pais é uma viagem ao passado, uma espécie de museu da minha infância. Estão lá brinquedos encardidos, louças do casamento deles e que não se quebraram e o cinzeiro quadrado, de louça, que traz ao centro um cachimbo pregado. Era uma peça de decoração numa casa onde ninguém fumava.  

Hoje só posso concluir que essa mania da minha mãe de guardar coisas rende felicidade à minha volta. Da última vez que a visitei, abri o armário do quarto dela à procura de nada específico. E achei dentro de uma caixa vários retalhos. Foi uma surpresa e tanto. Fiquei tão feliz que lhe agradeci pela mania de guardar coisas antigas. 

A caixa escondia sobras de tecidos dos meus vestidinhos. Minha mãe costurava e bordava e adorava inventar a minha moda de menina. Como ela não sabia pintar e nem fazer crochê, esses adornos ela encomendava às suas tias prendadas. Cresci com esse carinho em forma de vestidos. 

Então achar os retalhos da minha infância foi o melhor presente que ela me deu até hoje. Resolvi lavar os retalhos guardados por tanto tempo e trouxe-os para minha casa bem cheirosos. Decidi que servirão de capas para os caderninhos que comecei a ensaiar nesse vislumbre de artesã. Os dois primeiros já saíram e presenteei as gêmeas. 

Mas o tecido mais especial é vermelho rubi com estampa de leõezinhos estilizados. Era o meu vestido preferido e usei-o até ficar curto demais. O vestido não existe mais, mas o tecido será a capa de um caderninho que guardarei comigo como o bem mais precioso para anotar a vida.

20 comentários:

  1. É interessante mesmo guardar as coisas. Umas pessoas são até maniacas neste ponto, já outras têm mania de jogar tudo fora...

    Acho legal guardar certas coisas, afinal, recordar é viver.

    Abraços

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  2. Na casa da minha mamis, tem um montão de coisas minhas, bonecas, ursinhos rs..
    Sei que vou precisar me desfazer de muitas coisas, afinal não dá para levar tudo.

    bjokas =)

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  3. Que delícia encontrar coisas assim guardadas com tanto carinho pela tua mãe e que fazem parte de tua vida! Muito legal e assim o teu caderninho te acompanhará como teu vestidinho... beijos,chica

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  4. Ir a casa da mãe a gente sempre volta ao passado. Mas o problema de uma casa de uma mãe que não joga nada fora é que o ambiente pode ficar cheio... ao ponto de se tornar uma acumuladora!

    E legal o seus caderninhos! :)

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  5. Nossa Ro... que relíquia! é realmente um presente que não tem preço. Imagino sua carinha de felicidade ao ver os tecidinhos. :))Beijão!

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  6. Vou resumir do tamanho da dimensão imedível desses tecidinhos: um tesouro :)

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  7. Olá,
    No início não damos valor a certas coisas, motivo que por vezes não as guardamos, existe sempre alguém com a sensibilidade para guardar o que mais tarde vamos achar importante pela sua historia e beleza.

    ag

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  8. Rovênia,
    que post mais lindo.
    Encheu-me de nostalgia e lembranças.
    Infelizmente boa parte da minha infância foi vivida em meio a constantes mudanças, e foram poucas as coisas que minha guardou dessa época.
    Por outro lado, a casa da minha avó materna é um museu de recordações. Com várias fotos, cartinhas que escrevíamos a ela - eu e meus irmãos - e até peças de quando éramos bebês. E quando eu vou lá, me perco nessas coisas.
    Coisa boa o que sua mãe faz, e este post com certeza fará com que muita gente passe a pensar um pouco antes de se desfazer de algumas coisas, rs.
    Lindos as capas para os cadernos que você fez. Tem talento como artesã!
    Um beijo!

    http://meninamsicaeflor.blogspot.com.br/

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  9. Que lindeza de post. Me vi toda vaidosa na estampa de barquinho. eu adorava aquele vestido. imagino você quando resgatou teus retalhos....

    E você leva jeito pra artesanato. os primeiros ficaram lindos.

    Beij0

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  10. Que legal, Rovênia e você aproveitou muito bem os retalhos...Beijos!!!

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  11. Você encontrou um tesouro e as lembranças sempre nos fazem bem. Na casa da minha mãe sempre encontramos coisas assim, mas enquanto ela foi viva nunca permitiu que levássemos para a nossa casa pois tinha o maior ciúme de tudo. Sabia onde estava tudo, em qual armário ou gaveta podíamos encontrar o que sempre guardou, a vida toda. Mas, quando percebeu o seu fim, fez questão de relacionar tudo e distribuir entre amigos e parentes. E fez isto com alegria, sem brigar com Deus ou com a vida.

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  12. Que lindo relato,Rovenia!Tão bonito o tecido de leãozinho!Maravilhosas essas recordações!Bjs,

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  13. Para mim, essas lembranças servem como se relembrasse o meu passado.
    Guardo algumas coisas que marcaram minha vida e da minha família.
    Abraços.Sandra

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  14. Rovênia, acho q essa característica é inerente a todas as mães, os guardados. Dias desses minha mãe me deu uma camisa qdo eu tinha 9 anos, não coube no meu filho de seis anos. Bjos.

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  15. Palavras acentuadas e amareladas, cheiro de guardado, cheiro de infância.
    Adorei o lado artesã da escritora, aposto que as gêmeas também!
    Bj

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  16. Que lindo! Isso também aconteceu comigo, minha avó é dessas que guarda tudo!

    Essas coisas nos trazem ótimas lembranças. :)
    Beijos no seu coração :*

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  17. Tem coisas que valem muito a pena guardar. Eu fiz uma grande limpa da última vez e foi bom recordar alguns momentos.

    Kisu!

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  18. Nossa que coisa mais linda !!!
    Uma verdadeira preciosidade, e olha o talento de artesã aparecendo...amei!!
    Beijos
    Joelma

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  19. Acho, Rovênia, que isso tem muito a ver com os mineiros. Minha mãe guarda coisas que,quase sempre, é uma boa surpresa.
    Lendo a sua crônica me veio à lembrança tantas "coisinhas"...

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  20. Oi Rovênia,que legal...aqui em casa minha mãe sempre faz cortinas e até colchas com retalhos antigos,parece até uma história se formando entre os panos,rsrs achei muito lindo as capas dos caderninhos =)

    Beijos

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